Nome vulgar: Chanchito

 

Família: Cichlidae

Nome Científico : Cichlasoma facetum (Jenyns, 1842)

Sinónimos: Acara faceta, Astronotus facetus, A. acaroides, A. autochthon, A. oblongus, Cichlasoma oblongum, C. facetus, Heros acaroides, H. facetus, H. authochthon, H. oblongus, H. jenynsii, Chromis facetus, Ch. oblonga.

Distribuição Geográfica: águas paradas ou cursos lentos do Sul do Brasil, Paraguai, Norte da Argentina e Uruguai.

Aparece do Sul da Península Ibérica (Sul do Tejo) principalmente na bacia hidrográfica do rio Guadiana, e em açudes com fins agrícolas do Alentejo, mas também aparece nas valas de Mira e da praia de Mira.

Comprimento: Peixe pequeno de 8 a 10cm, mas pode atingir 30 cm.

Água: pH 6.5-7.0; 25-27ºC; pouco exigente quanto à dureza

Alimentação: camarão, camarinha, pequenos peixes e insectos

É uma espécie agressiva que não deve ser mantida com exemplares de outras espécies. Como outros ciclídeos, costumam remexer o solo do aquário, fazendo covas, pelo que será difícil manter plantas.

Embora tenha sido um dos primeiros ciclídeos a ser introduzido na Europa para aquarofilia (tendo sido posteriormente introduzido em alguns rios Portugueses), no final do século passado, já não é possível encontrá-lo no comércio de peixes.

É uma espécie ovípara, sendo os progenitores a cuidar da postura e das larvas. A reprodução desta espécie é fácil, podendo mesmo ser bem sucedida se não se isolarem os casais. Os ovos são depositados sobre uma pedra ou mesmo na parede do aquário, ocorrendo a eclosão cerca de três dias depois. Os progenitores, que entretanto guardavam a postura, colocam as larvas numa cova aberta no solo do aquário, onde ficam até começarem a nadar. Em aquário quando começam a nadar são alimentados com náuplios de artémia.

"O chanchito é também chamado de "ciclídeo camaleão". Estes peixes podem apresentar padrões distintos e colorações, conforme o meio, a disposição e a idade, à semelhança de outros ciclídeos. Por exemplo, os jovens são frequentemente cor de azeitona, com uma risca negra horizontal. Os adultos têm riscas verticais escuras sobre um fundo castanho claro ou esverdeado mas o tom exacto varia muito com a disposição do peixe. Os peixes com alevins são amarelo doirado com riscas pretas. No Vascão, assiste-se a uma variação quase instantânea de cor. Quando nos aproximávamos de zonas de criação um dos peixes do casal afasta-se (geralmente os maiores) nadando, muito visivelmente, para zonas mais profundas... Entretanto, se ficarmos quietos e sem movimentos bruscos o peixe ausente, em poucos minutos, regressa podendo mudar  o lindo padrão negro e amarelo doirado dos casais em reprodução mas aparecendo com o comum tom castanho de riscas esbatidas. Assim que se acercam dos alevins a cor muda. A variação pode ser surpreendentemente rápida! Em 2 ou 3 segundos as riscas tornam-se negras e o fundo tornava-se amarelo! Sem dúvida uma característica muito condizente com o nome de "ciclídeo camaleão".A variação é ainda mais surpreendente porque afecta a cor dos olhos do peixe.

Fêmea e macho a guardar os ovos.

Foi observado que alguns peixes tinham os olhos vermelhos enquanto outros tinham os olhos negros. Não se tratava de um vermelho qualquer. Era um incrível tom brilhante, quase como um semáforo."

Sessenta anos de presença em Portugal é um período muito curto em termos evolutivos mas nestes peixes representam 60 gerações e são certamente já tempo suficiente para que tenha ocorrido alguma adaptação às condições locais, incluindo os frios Invernos.

As populações portuguesas de ciclídeos estão,  muito ameaçadas por outra espécie exótica, a Perca do Sol, um concorrente pelo mesmo nicho ecológico.

Tal como a perca-sol, também é um peixe muito voraz, mas aparentemente causa menores impactos negativos nas populações das nossas espécies autóctones.