Peixes dos Açores

 

No campo da Ictiofauna que ocorre nas águas interiores das ilhas, é de mencionar que apenas em algumas das lagoas e ribeiras das ilhas de São Miguel e das Flores existem espécies piscícolas com interesse para a pesca desportiva, nomeadamente as Trutas, Fário e Arco-íris (Salmo trutta e Oncorhynchus mykiss), o Lúcio (Esox lucius), a Carpa (Cyprinus carpio), a Perca (Perca fluviatilis) o Sandre (Stizostedion lucioperca) e o Ruivo (Rutilus rutilus).

Duas das massas de água doce mais importantes são as  lagoas: a azul e a verde.

Tal como a Azul, a Lagoa Verde está orientada segundo uma direcção SW/NE, possui uma área de 0,82 Km2 e um perímetro de 4 Km, sendo a sua profundidade máxima 29,6m e a média 18,7m (Cunha, 1986).

 

A Lagoa Verde, apresenta uma rede hidrográfica pouco significativa, escoando para ela apenas 9 cursos de água. Contudo, é de destacar a existência de um maior ravinamento nas vertentes da margem Leste da Lagoa. Nesta zona da lagoa conhece-se a existência de nascentes e uma parte dos cursos de água aí assinalados são potencialmente alimentados pelas águas da Lagoa Rasa, situada a cotas mais elevadas.

A Lagoa Azul, subtancialmente maior, está orientada segundo uma direcção SW/NE, possui uma área de 3,55 Km2 e um perímetro de 8,5Km, sendo a sua profundidade máxima 33,5m e a média 17,81m (Cunha, 1986).
A Lagoa Azul é alimentada por um total de 70 cursos de água. O mais importante curso de água existente no interior da caldeira das Sete Cidades, desagua na lagoa Azul e está situada na zona Leste desta depressão, desenvolvendo-se desde a região da Criação, Sombreiros e Pico da Cruz, atingindo esta lagoa, a NE do Cerrado das Freiras. Esta ribeira, com um traçado de orientação geral N-S, apresenta no troço terminal uma importante zona deposicional, sob a forma de uma planície aluvial que tem vindo a conquistar terreno à Lagoa Azul. A rede fluvial desta ribeira integra um total de 40 cursos de água e ao longo do seu percurso são várias as rupturas de declive no seu leito, com quedas de água por vezes importantes, especialmente na zona da "Gruta do Inferno", ao Pico da Cruz.


A flora da zona litoral apresenta diversas espécies, entre as quais se destacam:
Potamogeton polygonifolius, Potamogeton lucens, Myriophyllum alterniflorum, Ceratophyllum demersum, Egeria densa, Eleocharis palustris, Nymphaea alba e Chara fragilis.

Relativamente à fauna ictiológica sabe-se que, nos últimos cem anos, foram feitas diversas introduções, embora nem todas tenham sido bem sucedidas. As primeiras espécies foram trazidas por José Maria Raposo do Amaral. Em 1879, introduziu o Rutilus macrolepidotus (ruivaca)e nas décadas seguintes Salmo trutta fario (truta), Cyprinus carpio (carpa comum e carpa espelho), Perca fluviatilis (perca) e Micropterus salmoides (achigã).

Destacam-se, actualmente, como mais abundantes entre as espécies existentes na lagoa, o Rutilus macrolepidotus (ruivaca ou ruivaco), o Rutilus rutilus (ruivo), o Cyprinus carpio (carpa comum e carpa espelho), Perca fluviatilis (perca) e Esox lucius (lúcio).

 

Espécies de Peixes: